segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Te vejo no inferno

Clare andava lentamente se dirigindo ao avião que a levaria a outra vida. Andava devagar como se esperasse algo ou alguém, mirada pelos olhares lacrimejantes de seu pai que apesar de choroso se sentia feliz pela filha. Alguns "amigos" olhavam Clare andando lentamente sem olhar pra trás e sabiam o que ela esperava.

- Clare... - ouviu-se um grito ao longe. Clare logo se virou de um salto largando sua bagagem de mão e finalmente deixando uma lágrima escorrer por seu rosto branco. Correndo pulou a fita de isolamento sem se preocupar com a segurança nem com seu pai... nem com ninguém além de Josh... seu ex (porem quase eterno) namorado.

Clare era agora uma mulher, cheia de sonhos e planos para o futuro, sempre muito confusa quanto as várias opções de vida que tinha. Conhecera Joshua há 4 anos atras num pequeno café do centro da cidade que ela costumava frequentar por causa do cinema no andar de cima, e Joshua... frequentava o café só por Clare. Foram 3 intensos meses de esperanças e falta de coragem até que criou coragem e foi falar com Clare, que por sua vez, já queria falar com Joshua há algum tempo.

Clare tinha 17 e Josh 18 quando aos 2 anos de namoro os pais de Clare proibiram o o relacionamento... proibiram sua querida filha de namorar o jovem eletricista de uma pequena empresa localizada na cidade vizinha. Joshua estava acostumado com o preconceito e a rejeição mas dessa vez estava disposto a não desistir tão fácil. Decidiu que não deixaria que meia dúzia de guardinhas de meia tigela tentassem acabar com seus sonhos.

Foram 2 anos de trabalho intenso na pequena fábrica e por mais que a proibição continuasse em vigencia, Clare e Josh se encontravam quase todos os dias e juntos conheciam quase todos os moteis da cidade.

Clare apesar de se sentir bem ao lado de josh só pensava na hora de ir embora... só pensava em estar devolta a LA... reencontrar todas as pessoas com quem ela fez e aprendeu coisas que jamais aprenderá estando em Londres.



- Minha dignidade e meu orgulho me trairam denovo - disse Josh no ouvido de Clare enquanto ela o abraçava cada vez mais forte, molhando o ombro do rapaz com suas lágrimas - seu pai não parece muito satisfeito agora. -
Josh brincava nas horas mais impróprias, e sempre arrancava um sorriso de Clare.

- Eu amo você... eu amo você pra sempre - disse Clare soluçando e beijando Josh. Um pequeno grupo de pessoas se juntou para observar o casal se despedindo. Sem dúvidas não eram o casal mais convencional da terra... mas eram os que mais se amava, e quanto a isso ninguem tinha duvidas.
- eu também Clare... eu também... - disse Joshua com sua incrivel efusividade de sempre. Eles sabiam que aquela era a ultima vez. Eles sabiam que daquele momento em diante teriam que aprender a viver um sem o outro.

Josh sabia disso, por isso deu o baijo mais apaixonado que já dera em Clare... que em breve estaria vivendo outra vida.

- Te vejo daqui 15 anos... - disse Clare segurando a mão de Josh.
- Te vejo no inferno - disse Josh esforçando-se para arrancar do peito o amor que sentia por ela. Soltando a mão de Clare, virou as costas e foi embora, mirado pela moça que, boquiaberta, tentava entender por que Josh havia falado aquilo.

E no terceiro dia... ele não ressucitou.

Fidelidade nunca foi o forte de Dennis... sua índole era inabalável, até falarmos dos prazeres da carne... das tentações mundanas.

- Cozinha vazia - disse Lyla, apertando o pau de Dennis tão forte que causava dor e não prazer.

- Não Lyla. - disse Dennis virando-se pra trás e vendo a garçonete se dirigir à cozinha, rebolando... ela sabia. Seu erro talvez não tenha sido dizer Não... mas sim ter olhado pra trás. Há convicções na vida de um homem que nem os olhos podem alterar... essa não era uma delas.

Dennis era o barman daquele velho bar que parecia um bordel aos sabados... repleto de vadias e homens de meia idade cansados de suas amadas esposas, aquelas que fingem não saber o que acontece quando lembram quem paga as contas.

Homem alto, cabelos castanhos muito escuros, tatuagens diversas moldando seu escultural corpo de jogador de futebol americano... mas só as quartas feiras. Ele se perguntava constantemente como se casou tão cedo... sim, ele se considerava jovem do alto de seus 24 anos, e na minha humilde opinião... achava certo. Mesmo se arrependendo de várias coisas, exercitava seu alto controle todos os dias ao tentar resistir Lyla que sempre o tentava do mesmo jeito. Mesmo que o machucasse, seus olhos o traiam. Tentação 1 x 0 Dennis

Lyla, a garçonete, namorava Robert, o jovem universitário que a buscava todas as manhãs... as 6 em ponto enquanto ia para a Universidade. Se gabava por namorar a protagonista dos filmes mais sacanas produzidos pela mente de seus colegas. Robert nunca desconfiou da safada garçonete que sempre parecia ter coisas novas para ensinar... estamos falando sobre sexo. Ele não sabia ao certo como ela conseguia inovar tanto na cama, mas preferia não pensar nisso e apenas aproveitar a oportunidade de se gabar mais um pouco.

O bar ia ficando maior a cada momento... os velhos iam embora... algumas putas desistiam... o relógio não parava. Lyla estava lá, provavelmente fingindo lavar alguns copos esperando que Dennis chegasse por trás levantando sua minuscula saia deixando evidente que sua calcinha já tinha sido devidamente guardada na pequena bolsa verde atrás da porta do banheiro dos empregados.

Ouviu-se o som de uma buzina de algo que parecia um carro.

- Robert... - disse Dennis olhando para o relógio - 6 horas...- disse suspirando de alivio e se sentindo orgulhoso por ter resistido um dia mais...

- Espero que no 3º dia você ressussite mon amour - disse com um sorrisinho de canto de boca, a safada garçonete, que tentava esconder a frustração de não ter gozado mais uma madrugada do prazer do adultério.

Já Dennis... beijou Clare - sua esposa - como não beijava há dias. Foi o melhor despertar de Clare em toda sua vida.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Vodka

- Vodka... com bastante gelo. – disse Francis num tom quase sussurrante sentando-se num dos vários bancos vazios a frente do balcão do velho bar onde costumava ir em noites de pouco agito. Era a quarta vez, só naquela semana, que Francis sentava naquela mesmo banco para tomar a primeira de suas 4 doses de Vodka para tentar esquecer o que lhe havia acontecido nos últimos meses.

- Sabe Denis... eu estive pensando, acho que este é apenas um complô para que me façam beber esta maldita Vodka que você vende aqui. – disse Francis levantando o copo e olhando para Denis, tentando forçar ao máximo um sorriso. Falhara. – sabe... estas minhas desilusões, estas mulheres erradas, devo dizer, que aparecem em minha vida... acho que você vem pagando-as para que, de alguma maneira, me façam te dar algum lucro em dias como esse. – concluiu levando a mão ao bolso da calça jeans azul, um pouco surrada, e tirando um maço de cigarros. Abriu-o, retirou um cigarro lentamente, olhou-o com calma... era uma espécie de ritual. – Se importa se eu fumar? – perguntou a Denis, pela quarta vez na semana, e obteve “Não, senhor” pela quarta vez na semana. Francis sempre fazia a mesma pergunta, talvez para exercitar seu sarcasmo. Se divertia fazendo ao barman perguntas que deveriam ser feitas a algum amigo... fazia a pergunta ao barman pois não tinha a quem perguntar.

Deu uma tragada longa no cigarro... deixou a fumaça subir, ficou olhando-a, como se esperasse algo dela. A fumaça nada tinha a oferecer.

- Vodka... sem gelo por favor. – Disse uma mulher muito branca e de cabelos muito vivos, sentando-se num dos inúmeros bancos vazios em frente ao balcão.

Francis olhou para ela, tentando usar ao máximo sua visão periférica, reparando que um banco os separava. Olhou para o cigarro bebeu mais um gole de sua Vodka ficou olhando para o copo esperando que a mulher, que lhe era familiar de algum lugar, bebesse o primeiro gole. E ele foi bebido.

- E o que a faz beber Vodka essa noite? – perguntou sem levantar os olhos, ainda admirando a fumaça de seu cigarro que subia num fio cada vez mais alto, para logo se espalhar em uma nuvem cinza pelo bar escuro. A esta altura, ninguém desconfiaria que Francis estaria tentando paquerar a mulher. Ele havia decidido, há algumas semanas, que só daria valor a uma mulher no mundo: sua mãe. E além do mais, aquela a seu lado, a um banco de distancia dele... era Donna Summer, uma apresentadora de um programa numa emissora local.

- Sede... e talvez uma busca por alivio mental. A gravações as vezes me matam.

- Entendo, todos nós procuramos alivio... e talvez a Vodka seja um ótimo remédio, pena seus efeitos não serem muito prolongados. – disse olhando as garrafas de Whisky em prateleiras a frente do balcão.

- Não sei o que mais me estressa, se são as gravações ou os fãs chatos que vivem correndo atrás de mim em dias que realmente preciso de uma dose. Sabe, ontem tive que ir para Chicago entrevistar Karl...

- Sabe... – disse Francis interrompendo-a – você é uma mulher bonita, atraente e parece bastante inteligente mas, desculpe, eu odeio seu programa e não tenho a menor intenção de ouvi-la falar sobre ele. – Se levantou, apagou o cigarro, deixando uma nota de dez no balcão bebeu o ultimo gole de sua Vodka. Donna o viu se dirigindo até a saída e se levantou...

- Francis... – disse Donna, a ex-mulher de Francis. A mulher que há 2 meses atrás o havia traído e insultado. A mulher que o fazia beber Vodka todas as noites. – eu te amo Francis. – agarrou o braço dele e fez de tudo para parecer chorar.

- Não me culpe por isso Donna. – disse Francis, tentando parecer o mais insensível possível, desvencilhando-se dos braços dela, e se dirigindo ao apartamento que um dia abrigou Donna.

Era a primeira vez em 2 meses que Francis saia do bar sem beber suas 4 corriqueiras doses de Vodka e sem fumar seus 9 cigarros.

Aquela noite, e apenas aquela noite, ele realmente não tinha certeza se conseguiria dormir na cama em que um dia amou Donna.

terça-feira, 19 de maio de 2009

A terceira hipótese.

Mudar de cidade pode ser mais fácil do que parece!

Conheça a história de dois jovens que trocaram de cidade, mas se adaptaram muito bem

Eduardo Ribas

Acordo OrtográficoA necessidade de ter que partir e deixar tudo para trás não costuma ser agradável. Ainda mais se você precisar mudar para um lugar bem diferente de onde costumava morar antes. Conheça a história de Anna Cintra, de 20 anos e Guilherme Ferrairi, de 16. A Anna era do interior de São Paulo e foi parar na capital e Guilherme saiu da região do ABC Paulista para Minas Gerais.

Anna vivia na cidade de Amparo, que fica a cerca de duas horas de São Paulo. Pode não parecer tão longe, mas a vida lá é bem diferente. O ritmo de vida é mais tranquilo, tanto que dá para fazer coisas que nas grandes capitais nem dá tempo. "Baladinhas, cinema, barzinho, almoço ou mesmo ficar sentada na praça da cidade tomando sorvete ", relembra.

Mas nesse caso, Anna mudou porque quis e foi para São Paulo fazer faculdade de Rádio e TV. "Eu escolhi São Paulo, até porque por lá (onde morava) não tinha opção de faculdade; eu vinha pra sampa ou eu ia pra Bauru. Preferi São Paulo, pela facul e por ser mais perto", reflete Anna. A mudança não foi tão complicada, pois a família da mãe da garota é da capital paulista, mesmo assim ela ia todo fim de semana de volta pra Amparo para matar a saudade. A separação das amigas também foi complicada, quem ajudou bastante foi o telefone.

O tempo passou e Anna conheceu uma nova galera na faculdade. "Fiquei muito próxima de umas meninas, mas não me afastei das amigas... Só com o tempo. Fui deixando de ir todo final de semana, mas sempre mandava e-mail, ligava", conta Anna. Por incrível que pareça, a pior parte da adaptação não foi em relação aos amigos que ficaram para trás, e sim ter que viver na cidade grande. "No começo a poluição incomodou um pouco, até fiquei meio doente, mas hoje em dia até brinco com a minha mãe quando estou no interior. Digo que preciso da fumaça de Sampa pra sobreviver"..

O processo foi inverso para Guilherme, que mudou da região da Grande São Paulo para a cidade de Uberlândia, em Minas Gerais, já quase próximo ao Estado de Goiás. O garoto tinha apenas 12 anos, e estava na sétima série. A opção de mudar, nesse caso, não foi do garoto. "Foi bem ruim. Não me enturmei rápido e não gostava daqui", reclama. Guilherme, a irmã mais velha e a mãe precisaram mudar por conta do trabalho de seu pai. Apesar dos três estarem no mesmo barco, Guilherme se sentia muito sozinho.

A cidade de Uberlândia é um misto de cidade grande com interior, mas segundo Guilherme, a cabeça do pessoal de lá é bem "diferente" daquela das pessoas que conviviam com ele em São Paulo. Para piorar, a família do garoto nem sabia se iria ficar de vez em Minas Gerais, pois se o pai acertasse os problemas com seus negócios, poderiam voltar. "Como a gente não sabia se ia continuar morando aqui, nem fiz questão de nada", relembra Guilherme. Ele não se preocupou em fazer amizades, muito menos em se dedicar ao estudos. Repetiu a sétima série, pois não conseguia pensar em estudar e faltava em diversas aulas.

Finamente a família decidiu que teria que ficar mesmo por lá e Guilherme se acostumou com a ideia. Passou a se abrir mais para novas amizades, começou a fazer aulas de basquete e seus pais ficaram sócios de um clube da cidade. "Depois melhorou muito!", relembra animado. E os amigos que ficaram em São Paulo? "Tinha dois grandes amigos. Saíamos juntos todo dia, mas hoje é só por Orkut e quando estou em São Paulo, tentamos nos encontrar", explica Guilherme. A adaptação em relação a cidade também foi melhorando, já que o garoto descobriu o que tinha de bom por lá. Além disso, Guilherme conta que "o shopping cresceu bastante e tem uma lan house a cada esquina". E isso facilita bastante a vida dele.

Para encarar as mudanças que ocorrem em nossas vidas é preciso estar disposto. A cada novo lugar, uma nova amizade pode surgir e isso torna a vida realmente mais interessante. Conhecer novos lugares pode parecer assustador, pois precisamos deixar de lado um lugar que conhecemos com a palma da mão para aprendermos novos "caminhos". Mas vale a pena, afinal não tem como saber se você é uma pessoa mais de praia, de interior ou cidade, se não passar pela experiência de viver nesses lugares! E os amigos que ficam para trás, se forem amigos mesmo, continuarão junto de você de alguma forma.

O que rola - iG Jovem - 31/12/2008



Ou não.

Na matéria acima vemos 2 casos de pessoas que largaram amigos, amigos... é, apenas amigos.
Abandonaram amigos para viver em outra cidade em busca de um futuro melhor, ou por imposição irrefutável.
Esqueceram de um terceiro tipo de mudança: aqueles que abandonam TUDO para ser felizes.

Algumas pessoas têm que abandonar casa, família, amigos, emprego, liberdade... para viver em outra cidade.

Durante muito tempo da minha vida eu tive um sonho: morar em São paulo.
Por que São Paulo?
É a cidade que eu vejo na TV meu.
Sim, é inegável a diversidade de oportunidades encontradas em São Paulo, seja com relação a trabalho, lazer ou até mesmo relacionamentos. Mas sabemos também que essas oportunidades seriam totalmente reduzidas não fosse a mídia. Como o assunto não é o MITO chamado São Paulo... continuemos.

A maioria das pessoas que se mudam para outras cidades, não têm o perfil dos adolescentes de classe média listados acima que sem dúvidas não foram para outras cidades porque a situação em sua cidade natal era insustentável.

Nordestinos que vão para outras cidades - e denovo cito São Paulo, estão em busca apenas do essencial a vida: emprego. O que geralmente é oferecido em baixíssima qualidade em suas cidades natais e o que também encontrarão com dificuldade em outra cidade, pois vão com nada no bolso e quase nada na cabeça. Em sua maioria são analfabetos que apenas aumentam as estatísticas de pobreza nas grandes cidades e ascendem o ódio dos nativos.

Não se iludam com a reportagem acima,eu sei que a maioria do povo brasileiro que gostaria de mudar de cidade, buscar novos horizontes, conhecer novas culturas ou apenas encontrar novas fontes de lazer não dispõe de parentes solidários dispostos a ceder moradia, alimentação e etc. Ou pais em condições de bancar o sonho dos filhos.

Mudar de cidade realmente, em raaaaras hipóteses pode ser mais fácil do que parece, mas em todas as outras hipóteses é muito mais difícil do que se espera.

Você estará sozinho, sem moradia, sem emprego, sem amigos e na maioria das vezes... sem dinheiro! Terá que se virar de qualquer maneira e corre um grande risco de virar mais um número nas estatísticas da pobreza.

Seja realista, a vida não é fácil e nunca será. Tenha um ideal, esteja centrado, planege. Pense uma, duas, três... mil vezes antes de se aventurar.

Conte cada centavo de que dispõe e saiba que sim, eles serão muito importantes.
Não conte com a ajuda de outras pessoas, saiba que o maior interessado na realização de seu sonho é você mesmo, e é o único que pode te ajudar.

Não tenha vergonha do que sabe fazer. Sabe bater lage? FAÇA! Isso pode bancar sua faculdade.

Algumas pessoas têm muitos sonhos e pouca atitude.
Tenha muitos sonhos e SEJA atitude.

{...}estou confuso joguei tudo pra trás
mas no fundo eu sei que não tentei de tudo
mas que bom poder ter uma chance a mais {...}

Tudo Pro Alto - Charlie Brown Jr.

Aquele abraço. (próxima: São Paulo não se chama São Paulo)
(Foto: Kenji_onze)

terça-feira, 24 de março de 2009

Maggie

Interrompendo um pouco as notícias, vou falar um pouco sobre a minha cachorrinha de estimação, a Maggie (minha mãe gosta de chamá-la de Meg... por causa da Meg Ryan, sabe como é?) uma poodle.

Chegou como quem não queria nada, lá em casa, frágil, pequenina, silenciosa, um amor de cachorrinha, mas dentro de poucos meses se tornou o inferninho da casa.
Não podia ver ninguém que começava a latir feito uma louca, ninguém na casa podia fazer um movimento mais brusco que a maldita cadelinha se assustava e começava a latir.

Minha mãe a mimava como se fosse uma criança, e eu é claro, sempre reprovei tal atitude, a cachorra recebia pão de queijo no café da manhã, como pode?

Onde já se viu? cachorros comendo pães de queijo.

A Maggie tinha um monte de bichinho de pelúcia, minha mãe gostava de comprar pra ela no aniversário, e eu como sempre, reprovava dar para uma cachorra um bicho de pelúcia que em poucas semanas seria destruido.

Sempre que eu chegava em casa, fosse do trabalho ou da escola, ou de qualquer ida à padaria, a Maggie me recebia com milhares de latidos, que me irritavam profundamente, me dava umas lambidas no fundo do ouvido e eu chegava a bater na poodle, e ela saia chorando pelos cantos.

A Maggie morreu, no dia 25 de dezembro de 2008 às 00:08 hrs.
A Maggie morreu.

E foi a pior perda da minha vida, a pior de todas, nem quando meu avô morreu eu senti tanto.
Naquele momento, ela deixou de ser a irritante poodle, e eu percebi o quanto seria difícil viver sem a nossa cachorrinha, a nossa pivetinha.

Que mesmo depois de anos que meu irmão tinha ido embora de casa, ela o reconhecia e fazia a maior festa quando ele nos visitava.
Que me recebia com a maior alegria quando eu chegava de qualquer lugar que eu fosse.

Ela tinha aproximadamente... uns 8 anos...

Eu disse a minha namorada que ia levar a Maggie pra passear.
Eu disse isso no dia 24 de dezembro de 2008... tarde demais!

saudade... apenas saudade.

Não esperem seus animais de estimação, seus verdadeiros amigos, morrerem pra começar a dar valor a eles...

Seu eu pudesse voltar atrás, teria levado a Maggie mais pra passear, teria brincado mais com ela, teria deixado ela dormir mais na minha cama, teria dado mais pão de queijo àquela maníaca por queijo, teria dado mais amor a ela, pra que ela morresse sabendo que eu sempre a amei.

saudade, apenas saudade.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

A insistência dos paulistas.

O PSDB de São Paulo não desiste, ao contrário, insiste. A nova desculpa para a tentativa de transformar a candidatura do governador paulista, José Serra, à presidência da repúblicaé a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Os tucanos paulistas a acusam e ao presidente Lula de fazerem campanha antecipada.Chegaram até a ameaçar ir à Justiça Eleitoral por causa disso. Nem bem esperaram a notícia esfriar e lá vem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pedir que a cúpula tucana faça com que o governador Aécio Neves (PSDB) desista da disputa. Na verdade, o objetivo é enterrar as prévias do partido, ainda que o presidente da legenda, Sérgio Guerra (PE), seja favorável e acredite que elas podem fortalecer o candidato que for escolhido.

O curioso é que partiu do próprio José Serra o comentário mais sensato sobre o assunto. Ele foi claro e objetivo ao dizer que não pode se lançar candidatp, como que FHC, sem o apoio de Aécio. Os tucanos paulistas querem repetir Lula e Dilma e por o pé na estrada. Serra, na sexta-feira, por exemplo, participou de uma feira agropecuária em Cascavel, no interior do Paraná. Aécio planeja percorrer o país, mas em campanha interna no partido, a partir do mês que vem. A questão central [e por que os tucanos paulistas temem tanto as prévias? Será que nos outros estados há um sentimento contrário às imposições da cúpula que sempre permeou as decisões na legenda? Ou será que têm medo da reconhecida capacidade de articulação política de Aécio?

O fato é que São Paulo quer se impor na marra. O problema é que Minas Gerais já dá sinais de que não vai aceitar esse tipo de jogo. Topa uma disputa legítima no âmbito das prévias, o que dária a Aécio, mesmo que ele fosse derrotado, argumento suficiente para fazer campanha para Serra no estado. Se a cúpula tucana insistir em mudar as regras do campeonato, um sentimento de rejeição no segundo maior colégio eleitoral do país pode ser fatal para o PSDB.


Baptista Chagas de Almeida
Em dia com a política.
Estado de Minas - Domingo, 15 de fevereiro de 2009



Dilema, ou não.


É popularmente certo que qualquer que seja o candidato tucano a presidência em 2010, será eleito. Mas uma união que seria o caminho certo para um partido tão forte, não é a realidade que paira sobre o PSDB.


De um lado José Serra, governador do estado de São Paulo, candidato tucano a presidência em 2002 quando foi derrotado pelo atual presidente: Lula.


Do outro: Aécio Neves, governador do estado de Minas Gerais, neto do ex presidente Tancredo Neves, o candidato eleito que não governou, morto no mesmo ano. (controvérsias)



José serra tenta a todo custo persuadir a presidência tucana de que o melhor a se fazer no momento é lançar sua candidatura imediatamente, visto que tem o apoio do também derrotado Geraldo Alckmin, e começar campanha presidencial a fim de fazer frente a corrente campanha de Lula a favor de sua candidata a sucessão: Dilma Rousseff.

Como um golpe baixo numa luta de boxe, o governo paulista veicula em todo o Brasil uma campanha publicitária enaltecendo os serviços prestados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) ao país. “É o governo de São Paulo, trabalhando por você” é o que diz a propaganda.

Confesso que achei normal a propaganda, nos primeiros segundos, depois me dei conta de que... se não me enganava, eu estava no estado de Minas Gerais que é abastecida pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais, a COPASA.

Logo me dei conta de que o governo de São Paulo não estava brincando quanto a candidatura de Serra à presidência, e tentava plantar na mente dos brasileiros a informação de que José Serra trabalha pelos brasileiros, como se o mesmo conseguisse trabalhar direito ao menos para os paulistas, seus súditos.



Aécio Neves por outro lado, quer o que o partido com quase toda certeza vai fazer: prévias, para definir o candidato às eleições de 2010. É uma espécie de votação interna com os membros do partido. É inquestionável o poder do mineiro de firmar alianças políticas, e inegável que sua imagem é muito mais positiva do que a de Serra junto aos tucanos.



Um dos únicos trunfos de José Serra é governar o maior colégio eleitoral do Brasil... e só. O fato de já ter concorrido à eleições presidenciais tem conseqüências ambíguas: foi escolhido sem prévias e já foi derrotado pelo partido concorrente: o PT. Por outro lado tem sua vantagem confirmada pelo ditado: “a persistência leva a perfeição”. Que o diga o atual presidente.



E agora? O que é o melhor para o partido? Prévias? Que levariam a um embate entre os dois principais nomes do partido?

Ou logo lançar José Serra como candidato, e correr o risco de Aécio Neves – sem dúvida um dos nomes mais populares do partido, debandar para o PMDB que não esconde tal vontade, lançando assim uma chapa deveras popular com Aécio para presidente e Ciro Gomes para vice?



Ao que parece, o embate interno no ninho tucano está mais emocionante do que as próprias eleições presidenciais de 2010 serão.


Que vença o melhor.


Aquele abraço.




sábado, 14 de fevereiro de 2009

Por que jornalismo?


(desabafo)

As vezes me perguntam sobre a escolha pelo jornalismo como carreira profissional, como objetivo profissional, como sonho. Geralmente perguntas que já vem com respostas de fábrica: “ah, você quer apresentar o Jornal Nacional né!?”

“Trabalhar com o Bonner hein”.

Não.

A maioria das pessoas não percebe e/ou não dão valor ao real objetivo do jornalismo na vida de cada um, não se dão conta de que jornalismo não é igual a fama. Jornalismo é igual à informação, não importa a maneira como essa informação seja transmitida, ela traduz a palavra jornalismo.

Sempre tive sede por informação, notícias, fatos relevantes à sociedade, que retratam a constante mutação mundial. O mundo não pára de mudar e, se não estivermos por dentro de tais mudanças ficaremos para trás, parados no tempo, inertes dentro de um mundo em transformação.



Não escondo minha intensa vontade de trabalhar um dia no jornal Estado de Minas, por considerar um dos melhores jornais em circulação no Brasil e por ter sede na cidade que mais amo no Brasil: Belo Horizonte. Mas também não escolhi o jornalismo pensando em salários altos, autógrafos a anônimos, festas glamurosas ou qualquer outra futilidade conseqüente de trabalho duro. Escolhi o jornalismo pelo estilo de vida que tal carreira nos remete. A ciência sobre assuntos diversos, a dose diária de leitura esclarecedora, o conhecimento de fatos realmente importantes para a vida do ser humano, para a vida útil do planeta.

Este blog ao contrário do que muita gente pensa, não é um blog jornalístico, pois não é imparcial. É um blog de opiniões parciais sobre notícias publicadas e diversos veículos de informação. O blog serve para mostrar meu amor por duas praticas prazerosas e revigorantes: a leitura e a escrita.

Aquele Abraço.